segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Consciência Social – política e juventude.


“Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar
Minha auto-estima não é fácil de abaixar
Olhos abertos fixados no céu
Perguntando a Deus qual será o meu papel.
Fechar a boca e não expor meus pensamentos
Com receio que eles possam causar constrangimentos
Será que é isso? Não cumprir compromisso
Abaixar a cabeça e se manter omisso.
A hipocrisia, a demagogia se entregue à orgia
Sem ideologia, a maioria fala de amor no singular
Se eu falo de amor é de uma forma impopular
Quem não tem amor pelo povo brasileiro
Não me representa aqui nem no estrangeiro
Uma das piores distribuições de renda
Antes de morrer, talvez você entenda”

recho de canção “Só Deus Pode me Julgar” de M.V Bill

A Sociedade brasileira como um todo e mais precisamente a juventude vem passando por um período de latência quanto a sua participação dentro dos movimentos sociais, e na política, esses fatos podem ser analisado de diversos pontos de vista, fato que me aterei a dois pontos que acredito serem mais pertinentes para explicarem essa anomalia na sociedade brasileira atual, um e a questão de haver ocorrido à ascensão de um governo popular que outrora representava todo o movimento social brasileiro, ao ascender esse governo aparelhou o movimento, e trouxe lideres desses movimentos a cargos governamentais, cooptando movimentos, calando gritos, financiando e cobrando esse financiamento nas ruas, o movimento desarticulou-se não conseguindo assimilar a posição de situação, perdeu lideranças e não renovou quadros da forma devida, o que terminou amansando as criticas ao governo, com a fé cega que as mudanças ocorreriam paulatinamente com um governo popular, iludidos que uma maquina fabricada para manter desigualdades como é o Estado, poderia ser utilizada para realizar o contrario, de uma laranjeira sai laranja, do Estado Burguês injustiça, esse fatores desacreditou as bases e dissolveu o grande movimento social brasileiro que hoje resumi-se a pequenos focos de mobilização.



Um segundo fator importante é a existência de um poder de manipulação massiva, encabeçado pela internet e pela televisão, que vem trazendo a nossa sociedade um grande prejuízo principalmente no que concerne a perda da capacidade de formulação de transformações sociais por meio da pressão dos movimentos sociais e principalmente dos movimentos de juventude leia-se a desacrença do jovem no seu potencial de fazer a mudança, de enxergar-se como agente transformador da realidade.




Fato é que nos deparamos com uma geração de jovens que reproduzem, uma cultura consumista alardeada pelas grandes mídias, e que se põem aquém da política por acreditarem não ser possível fazê-la sem ser corrompido, ou por simplesmente não crê na possibilidade de mudanças com sua intervenção, que confundem governo com política, são milhões de jovens que reproduzem tendências, que querem um celular da moda, andar em Shopping Centers e vestir roupas de grife, que vivem nos mundos virtuais e esquecem a dura realidade, ou que vivem essa dura realidade e são excluídos da sociedade, não conseguindo expor que é excluído de modo a modifica a sua e toda a realidade.


Vivemos uma sociedade de jovens que apanha muda, chora calada, e que continua a reproduzir e fortalecer seu algoz, essas características parecem se exarcebarem ao voltarmos nossos olhos para a geração de jovens que nos precedeu que no Brasil enfrentaram a ditadura, que enfrentaram a censura, exílio, que foram as ruas e mudaram a historia.


Porem uma analise mais minuciosa nos mostra que ao que tudo indica amargam uma mudança na maquiagem e a permanecia da essência, foi dado o ponta pé inicial, mas parece que não souberam fazer as substituições certas, tivemos a passagem da ditadura para governos democráticos, mas os mesmos que legislaram no período da ditadura se mantém nos altos escalões, onde não houve uma prisão ou punição por torturas massacres nem coisa alguma praticada durante o período da ditadura, temos uma geração passada onde muitas vezes preferiram permanecer com um sistema a da lugar a renovação, eu diria o bom e velho medo do novo

Mas vivemos uma situação sempre nova, e a mudança é a única certeza que sempre teremos, no momento atual o cenário global mostra uma crise que afeta diretamente os jovens brasileiros que representam cerca de 63% dos desempregados de nosso país, e onde não vemos uma mobilização clara em busca de resolver esses problemas, alem de inúmeros outros, como educação, liberdade, estes jovens que herdam um mundo fadado ao fracasso e que preferem se omitir a falar, povoaram os desertos que outrora foram vastidões de florestas, pagarão fortunas pela água que um dia foi declarado bem publico, verão milhões morrendo de fome em um país que é o maior exportador de alimentos do planeta.

Todas as gerações passadas caminharam ate aqui, hoje nos temos de dar o próximo passo os jovens no Brasil representam aproximadamente 30% da população brasileira, esses jovens na faixa etária de 16 a 34 anos representam 46% do eleitorado Brasileiro, são a população economicamente ativa, são os que decidem nas urnas, mas são também os manifestamente passivos. Acredito que encerrou o tempo da passividade, a política deve ser feita por e para quem de direito, se quisermos um pais melhor não podemos esperar ele ficar melhor sozinho temos de ir lá e resolver, se temos uma política suja é por que ela é feita por políticos sujos, quando tivermos políticos limpos a política será limpa, eles não são os donos da verdade estão ali para nos representar, assumiram um papel que se não cumprirem devem cair, a juventude tem a força basta agora usá-la.


Quem dará o próximo passo, eles ou iremos a frente e diremos o queremos.


“Confesso para ti que é difícil de entender
o país do carnaval o povo nem tem o que comer
Ser artista, Pop Star, pra mim é pouco
Não sou nada disso, sou apenas mais um louco
Clamando por justiça, igualdade racial
Preto, pobre é parecido mas não é igual
É natural o que fazem no senado
Quem engana o povo simplesmente renúncia o cargo
Não é caçado, abre mão do seu mandato
Nas próximas eleições bota a cara como canditado
Povo sem memória, caso esquecido
Não foi assim comigo, fiquei como bandido
Se quiser reclamar de mim, que reclame
Mas fale das novelas e dos filmes do Van Daime
Quem vive no Brasil, no programa do Gugu
Rebolo, vacilou, agachou e mostrou
Volta pra América e avisa pra Madonna
Que aqui não tem censura meu pais é uma zona
Não tem dono, não tem dona, nosso povo ta em coma
Erga sua cabeça que a verdade vem à tona.”

Trecho de canção “Só Deus Pode me Julgar” de M.V Bill

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Experiência um dia teremos – jovens e o mercado de trabalho.


“Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar.

O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar.

E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar

Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá.

Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar.

Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar.

Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?

Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar.

Escola, esmola!

Favela, cadeia!

Sem terra, enterra!

Sem renda, se renda!

Não! Não!!”


Trecho da canção “Ate Quando” de Gabriel Pensador.

Um dos grandes desafios da juventude atual é sua inserção no mercado de trabalho, o jovem ao buscar um emprego enfrenta primeiro um grande paradoxo que é a exigência de experiência, exige-se experiência de um individuo jovem que ainda esta na busca de seu primeiro emprego, a segunda barreira é a qualificação profissional, como esse jovem pode ter essa qualificação necessária se não é oportunizado para ele essa tal qualificação.


O fator qualificação mostra-se aqui como o grande desafio da juventude na questão trabalho. O Brasil preconizou um modelo de educação onde o jovem ingressa no ensino formal, quando este tem a sorte de fazê-lo, segue do ensino fundamental ao médio estudando diversas disciplinas, ao concluir o ensino médio existem poucas alternativas para esse jovem, ou ele consegue suprir as deficiências educacionais sistêmicas e passa em um vestibular conseguindo o inimaginável cursa um nível superior, ou ele vai assumir o papel e sumir no papel da estatística aumentando a fila do desemprego, utilizando pouco ou nada do que ele aprendeu durante toda a sua vida de estudante, em um mercado com vagas, os jovens não são qualificados para preenchê-las.


Outro fator que deve ser observado, e principalmente num momento como esse que o mundo enfrenta uma das maiores crises econômicas e recessões já vista na historia, é quem são os primeiros a ser demitido dentro de uma busca de enxugar os quadros, esse prêmio é concedido aos jovens que por possuir pouca ou nem uma experiência e vê seu emprego ameaçado dia após dia, na UE o numero de jovens desempregados supera hoje a casa dos 5 milhões, isso em uma economia dita desenvolvida e onde as leis trabalhistas são extremamente mais rígidas, no Brasil dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) de 2006 mostram que 67% dos jovens brasileiros estavam desempregados, isso em um período onde a crise ainda não figurava como grande destruidora de empregos e economias globais, se formos pra um recorte mais preciso esse numero sobe se o espaço de amostragem for entre as mulheres, e mais ainda se for entre negros.

Isso nos mostra que quando a questão é empregos ainda temos muito a debater e avançar na busca de um país melhor e que tenha um olhar mais jovem, hoje o Brasil é o terceiro no mundo no numero de jovens empreendedores, mostrando que o país tem tudo pra ser referencial na aplicação de políticas jovens que os jovens desse país estão ai pra fazer a diferença, há um numero crescente de jovens participando de empreendimentos da economia solidaria, cada vez mais os jovens permanecem nos campos e florestas, mostrando que a juventude quer manter suas raízes, lutam por uma economia mais justa, acreditam em outro mundo
, porém frente ao numero de jovens desempregados que incham os bairros, e terminam a margem da sociedade, por não ter uma sociedade que os inclua, esses números são irrisórios, o desafio está lançado.

"Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.

E quando a mente muda a gente anda pra frente.

E quando a gente manda ninguém manda na gente.

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.

Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a gente molda o futuro!"

Trecho da canção “Ate Quando” de Gabriel Pensador.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Seiva Bruta, Essência.


Meu conhecimento verte por golpes que desferiram em meu ser,
Fui riscado como uma jovem seringueira,
Na busca de extraírem de meu interior
Algo que valha centavos no mercado.

Sou uma mercadoria,
Meu conhecimento enche a tigela que se prontificam em recolher,
Minha essência, á um vulcão, uma casa de defumação.
Industrializar o conhecimento, minhas lagrimas lamentos.

Perdi meu por que,
Era uma arvore frondosa que em meio a minha floresta crescia a bel prazer,
Recanto de muitas aves, esconderijo de besouros,
Em meu corpo foi encontrado o ouro, não vivo mais por viver.


Sugam a minha essência,
Entre tantos a decadência, agora tem o que fazer,
Tens uma função, é apenas uma matriz, que se salva por um triz,
De um risco mais profundo, ser jogado no mundo.

De senhor das florestas, meu sangue é apenas o que resta,
O que serve pra vender.
De livre solto, rebelde.
Pegaram o que te rege, amansaram teu saber.

Sou apenas mais um, parte da produção.
Eis que o machado está posto a raiz.
Preferes produzir ou que lhe arranquem fora.
Tua escolha faz agora, morrer livre, ou viver.

Queria apenas ser eu.
E crescer, crescer na liberdade.
No saber sem compromisso.
Que meu elixir corresse solto, por todo o meu corpo.

Defumaram o conhecer.
Deste fizeram matéria prima, conformaste a um molde.
E venderam no mercado, agora tens valor.
Lhe tiram o que querem, moldam a situação.

Agora não mais frondosa arvore, me conhecem
Das comerciais, sou uma espécie.
E quem recolhe esse leite não ficam com o lucro, pois o conhecimento é bruto.
Aos grandes servirei, mas nunca me prostarei, é viver para morrer.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Seringais e Quilombos, Um Passo a Frente.


Há uma ligação muito forte entre o seringueiro e o quilombola ambos carregam um legado, esse legado é a convivencia pacifica e igualitaria entre os habitantes da florestas e a propria floresta, entre o homem e o proprio homem, ambos vivem a anos dentro das floresta e nunca a agrediram trabalham de forma comunitaria e não permitem a esploração de seu companheiro. Devemos trabalha para que essa ligação possa desenvolver-se com fins de aliança.

O Que destroi a floresta são formas de desenvolvimentos que lhe são alheias exploração desmedida de recursos naturais, exploração do homem pelo homem, seringueiros e quilombolas veem na floresta a vida, e com um outro diferencial há os que pensasem na floresta como um impecilio para o desenvolvimento para a geração de lucro, mas a floresta e a economia viva, a floresta e a casa, o supermercado, a existencia dos povos.

Mas para que essa hamonia permaneça é necessario surgi uma aliança entre os povos que vivem nas floresta para que estes possam estar defendendo seu habitat de forma conjunta. A luta dos povos da floresta é uma luta pela vida, pelo reconhecimento da soberania do povos, por isso essa luta perpassa pela causa da igualdade racial e do direito a posse da terra para as Comunidades Quilonbolas.

Assim como as senzalas os seringais eram locais de grandes concentrações de escravos, os nordestinos vindos para a amazonia eram presos por uma divida que nunca pagariam, mas, assim como os negros que nunca perderam seu espirito de liberdade e seu sonho de viver, esses seringueiros quebraram os grilhões que os prendiam e muitos hoje possuem propriedades, e suas terras são reconhecidas, porem uma grande parcela espulsa hoje incham as periferias de Rio Branco.

Dizemos isso para mostrar que sabemos e sentimos em nossos brios as injustiças que a sociedade brasileira causou aos indigenas e afro-descendentes desde de o momento que estes foram arancados de sua madre terra e trazido para serem a mão de obra da metropole dentro dos campos colonias, ate os dias atuais onde ainda vemos uma cultura eurocentrista elitista, que exclui os que não lhe são favoraveis dos campos de decisões, afirmamos ainda que essa sociedade nunca reparou os danos que causou a esses povos, e a nem um outro e que grande parcela dessa população excluida dos meios de sobrevivencia, do direito a determinação cultural, do primeiro direito o direito a vida, hoje encontra-se as margens da sociedade.

Sabemos porem que esses homens e mulheres mostraram-se, e se mostram, mais fortes que o sistema que os oprimi, fugiram, fundaram sociedades, voltam a suas raizes, um dia tirados das florestas, savanas e desertos africanos, agora vivem nas florestas brasileiras.

“Tradicionalmente, os quilombos eram das regiões de grande concentração de escravos, afastados dos centros urbanos e em locais de difícil acesso. Embrenhados nas matas, selvas ou montanhas, esses núcleos se transformaram em aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e às vezes ao comércio, alguns tendo mesmo prosperado. Existem registros de quilombos em todas as regiões do país”.
“Os seus habitantes, denominados de "quilombolas", eram originalmente agrupamentos de ex–escravos fugidos de seus senhores desde os primeiros tempos do
período colonial. Em algumas épocas e locais, tentaram reproduzir a organização social africana, inclusive com a escolha de reis tribais.”

E seu descendentes lutam dia apos dia contra o preconceito de uma sociedade, contra as mazelas de uma cultura que os excluiu, pelo direito a existir, a poder manifetar-se culturalmente a ser o que são homens e mulheres livres.

A natureza é livre, e vive em sua diversidade, nos entendemos que a bandeira do Meio Ambiente é a bandeira da Vida, não basta apenas parar de poluir, como uma imposição, isso tem de estar na cultura, já teve um dia e quizeram nos arancar isso, nossa luta é para permanecer.

Caminhemos a diante, todos por um, um mundo melhor


Nos queremos viver!

sexta-feira, 27 de março de 2009

Semana mundial contra o capitalismo e a guerra


Durante o Fórum Social Mundial, foi observada a urgência dos diversos atores da sociedade unirem-se em torno de um ideal, a construção de outro mundo possível.
Nós habitantes da Floresta Amazônica, acreanos, depositários desse ideal, unimo-nos a essa iniciativa de construção de um mundo melhor, e por isso;
Somos a favor e aderimos a luta.
Ø O dia internacional pela causa do povo palestino é 30 de Março, a data marca homenagem à resistência de palestinos que protestavam contra a ocupação de suas terras por Israel na Galiléia, no dia 30 de março de 1976. O exército israelense reprimiu violentamente a manifestação, atingindo de forma indiscriminada homens, mulheres e crianças.

Reflexo no ACRE – Permitir essa guerra que se fundamenta na exploração de recursos naturais, onde Israel agi como uma representação do capitalismo no mundo árabe, é abrir precedentes para que no futuro com a escassez de água essa mesma guerra se trave na bacia do Amazonas.

Somos Contra qualquer tipo de guerra, segregação social apartheid religioso, racial, e qualquer outra forma de violência física ou mental contra indivíduos.
Somos contra:
Ø A reunião do G20 (grupo dos 20 países industrializados,
África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Coréia do Sul, Estados Unidos da América, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, República Popular da China, Rússia, Turquia, União Européia, que se organizam em fórum para cooperação e consulta nas matérias pertencentes ao sistema financeiro internacional) que acontecerá em londres no dia 02/04 e que tenta salvar o sistema capitalista da crise que se instaura, repudiamos esse fórum por buscar reformar um sistema que se mostra fadado ao fracaso e que coloca o sistema financeiro afrente das pessoas.
Reflexo no ACRE – a crise financeira mundial, que não foi promovida por nós, atinge nosso estado diretamente pela diminuição de repasses do governo federal. A manutenção do sistema capitalista coloca a floresta em que vivemos no mercado, pois esse é o ativo que o Brasil tem a oferecer. Esse sistema não tem o meio ambiente e os homens como foco e sim o mercado. É impossível pensarmos a sustentabilidade estando a mercê do sistema financeiro internacional.
Lutamos por um sistema onde as pessoas e o meio ambiente, estejam em primeiro plano.
Somos contra:
Ø A comemoração dos 60 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) (uma colaboração internacional militar com o objetivo de se opor a qualquer sistema anticapitalista), no dia 4 de abril, que acontece em Estrasburgo, na França, repudiamos a OTAN por tratar-se de uma iniciativa militar de opressão, que age como braço armado ao lado da ONU do sistema vigente.

Reflexo no ACRE – permitir uma associação com fins militar é por o mundo em colapso, quando não houver mais recursos para suster os países que fazem parte desse acordo, eles se unem e por meio da guerra, como já fazem, intervirão onde esses recursos existam, as florestas.

Queremos uma cooperação que lute pela erradicação da fome e da pobreza, contra toda a forma de discriminação, e abusos, por um mundo justo e igualitário.

quinta-feira, 19 de março de 2009

A culpa é minha!!!


“Um sonho que se sonha só, é apenas uma utopia, mas o sonho de muitos é realidade”


Com essa afirmação gostaria de falar dos muitos que nas vielas escuras de Rio Branco sonham com uma mudança.

Sei que assim como meu comparsa "Lhé” há muitos que desaprovam certas atitudes, mas não apenas dos “meninos” como citou nosso aguerrido companheiro, e sim de toda uma sociedade individualista, a culpa não é só deles a culpa também é minha!

Não há mais porque lutar?

Porque não temos grandes manifestações, o mundo está melhor?

Isso começou agora? Ou seguimos apenas o ciclo que os titeriteiros da humanidade impõem?

Sou levado a questionar-me todas as manhãs sobre minha real função na sociedade (se é que isso pode ser chamada assim) às vezes me pergunto, faço o bastante, será que outros se questionam, será que existe questionamento?

Penso em calar-me, parece que o Rei da Espanha teima em gritar em meus ouvidos “porque não te calas”!

Ainda bem que há meninos teimosos, que arteiros desobedecem às palavras de ordem, mas essa senhora, a ordem, é de uma eficiência invejável.



É um louco, não sabes o que dizes você não pode mudar a realidade, chamem o progresso e mostre a ele o que o espera, se nos seguir vai ter tudo o que sempre sonhou, mas apenas o que você sonhou só você.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Meretriz


Tuas Formosas mãos não sustentam mais a balança da justiça.

Com rapina sufoca os que te cercam não os olha mais com olhar fraterno, mas a gana de teus olhos resseca os bosques que vislumbra.

Teu sangue nasce em outros corpos e pensa ser somente seu, teu próprio corpo prostituiste pela sanha da grandeza, fostes feliz imperatriz das meretrizes, imperadores a possuem e teu corpo lhe é troféu, o consomem como abrutes fartando-se de carniça.

Está desnuda, entregue a devaneios de diretrizes que o mundo lhe imputou, entrega nas mãos de teus assassinos a navalha que cortará tua alma, alma? Será que ainda a possui? Ou vendeste a quem pagou melhor?

Feliz com sua ruína, á semeia em teu caminho amaldiçoa o seu entorno e deste que ser salvação.

Torna a teu seio, retorna a tuas raízes, tua alma ainda e alva, ainda tens verdes matas e belo céu azul.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Rascunho.



No branco do papel resolvi escrever, o que me desatina, que me faz sofrer, responder as questões ser, o que ser?
No branco do papel fiz um refugio, do bem e do mal, dos quais sempre fujo, manchei minha alma, tornei-me homem sujo.
No branco do papel senti preconceito, de não aceitar a mim mesmo, de ser imperfeito, e de no outro buscar meus defeitos.

Na cor que deu vida ás palavras encontrei alegria, nas belas negras letras que mostraram a magia, que na mistura de tudo é possível criar sinergia.

Descobri na mistura a realidade, tudo é colorido, muda com a intensidade, dos reflexos de luz que trazem varias tonalidades.

Na mistura da vida me senti completo, senti o gosto sublime do amor e do afeto, senti o calor da vida na mistura manifesto.

No colorido da alma rompi as barreiras, não coube no papel derramou pelas beiras, inundou o planeta quer queira ou não queira.
No papel colorido eu não escrevi, não couberam palavras apenas vivi, envolveu minha angustia tornei-me feliz.

No mundo eu vivo, e ei de viver, no papel eu não vivo e ei de me esconder, então vivo primeiro pra depois escrever.
No papel sem vida agora coloco, o colorido das misturas e não me equivoco, em pensar ser o mundo apenas um bloco.
Descobri um segredo e vou espalhar, aos quatro cantos por todo o lugar, amar o diferente é se amar.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Propostas do Comitê Selva Central para o FORUM SOCIAL MUNDIAL


1. Definir políticas públicas de Estado para economia solidária que respeite as especificidades e a realidade de cada território.

2. Implementação de políticas de desenvolvimento de economia solidária, pautadas no fomento ao credito, cadeias produtivas, marco legal dessa política, estabelecendo o comercio justo entre os países que estejam interessados em participarem do processo de fortalecimento da Economia Solidária com garantia de comercialização.

3. Criar um fundo solidário mundial para fomentar as experiências de economia solidária no planeta.

4. Articulação inter institucional para integração de sistemas e cadastros de terras e promoção da regularização e controle fundiário;

5. Garantir e fortalecer assistência técnica de qualidade e adaptada a região do setor produtivo na Amazônia sul ocidental em diferentes escalas;

6. Desburocratizar os processos de licenciamento ambiental para os povos da floresta.

7. Garantir maior monitoramento e controle: social, ambiental, político, cultural e econômico das florestas para garantir a sustentabilidade;

10. Construção e adaptação de políticas públicas específicas que reduzam obstáculos ao desenvolvimento da atividade de manejo florestal comunitária na Amazônia;

11. Incentivar maior participação dos produtores nas cadeias produtivas locais de base sustentável;

12. Implantar programas de certificação ambiental, industrial e comércio justo;

13. Desenvolver e implementar mecanismos nacionais e internacionais de pagamento por serviços ambientais e mercados de carbono (oficial e voluntário) que favoreçam diretamente a os povos das florestas de forma transparente e democrática pelos mesmos na Amazônia com a exigência de que estes recursos sejam reinvestidos para a conservação e melhorias sociais.

14. Garantir o reconhecimento pela ampla atuação dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (Povos indígenas, seringueiros, ribeirinhos, campesinos, extrativistas...) na defesa e na preservação de suas florestas;

15. Garantir aos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (seringueiros, ribeirinhos, campesinos, extrativistas...) a sua efetiva participação na construção de mecanismos que os compense pela atuação na preservação da floresta, por exemplo na discussão no âmbito da Redução das Emissões do Desmatamento e Degradação (REDD) da UNFCCC. Ainda, esta participação deve se ampliar aos projetos piloto de REDD implementados por governos e pela iniciativa privada;

16. Exigir que os documentos e projetos de leis nacionais e internacionais apresentem soluções não apenas de mitigação das mudanças climáticas, mas também de adaptação.

17. Ampliar o espaço que as mudanças climáticas ocupam nas agendas dos paises da Selva Central, empreendendo ações que visam tornar o tema mais permeável, apresentando-o a vastas parcelas da população e, sobretudo, envolver a sociedade civil, as ONGs e o empresariado nas decisões sobre mudanças climáticas em curso nas instâncias governamentais.

18. Fazer entender que a conscientização pública mundial, seja embasado pelo conceito de "cidadania planetária", ou seja, a noção de que fazemos parte de uma mesma humanidade e que, portanto, as responsabilidades de cada cidadão, independentemente de nacionalidade ou outras identidades devem "somar-se" em prol da sustentabilidade do planeta.

19. Exigir aos paises desenvolvidos que determinem medidas necessárias para que as emissões de gases de efeito estufa sejam mantidas em níveis que não influenciem o sistema climático de maneira perigosa.

20. Que os governos da Selva Central -MAP garantam a socialização, discussão e participação da sociedade civil organizada na construção do projeto de lei que definam as Políticas Nacionais de Mudanças Climáticas.

21. Fortalecer e melhorar os assentamentos agro-florestais em áreas não produtivas já desmatadas em bases sustentáveis para a Amazônia, com significativas implicações para a redução do desmatamento;

a)Distribuição de terras igualitárias (latifúndios, áreas privadas) para os povos amazônicos;

b) Demarcação e legalização dos territórios indígenas ainda não demarcadas e garantia a sua permanência.

c)Demarcação das terras dos povos tradicionais garantindo sua regularização e legalização

22. Exigir maior cooperação e integração de ações entre instituições dos Governos nacionais (Peru, Brasil e Bolívia), responsáveis pelo conjunto de políticas relacionadas às dinâmicas de desmatamento na Amazônia Sul Ocidental;

23. Implantação e ampliação da governança na gestão dos recursos hídricos com caráter objetivo, prepositivo e deliberativo.

24. Fortalecer as comunidades tradicionais (Povos indígenas, seringueiros, ribeirinhos, campesinos, extrativistas...), na preservação e recuperação de seus saberes e aplicação nas esferas do conhecimento em saúde, educação, infra-estrutura e conservação, valorizando o local frente ao global.

25. Desenvolver um enfoque integrado de gestão de bacias hidrográficas transfronteiriças com participação conjunta dos países envolvidos de forma efetiva com participação de seus órgãos estruturantes e sociedade civil organizada

26. Criar e ampliar mecanismos de incentivo as comunidades locais para o aumento da produtividade agrícola de caráter familiar, com tecnologias de baixo custo para a proteção e recuperação de áreas críticas (matas ciliares, nascentes, áreas abandonadas com pouco valor agrícola), como forma de reduzir a taxa de desmatamento e desperdício de água.

27. O Apoiar e fomentar a formação de novas lideranças, sobretudo de jovens atores dos povos das florestas (Povos indígenas, seringueiros, ribeirinhos, campesinos, extrativistas...).

28. Participar com direito a voz e voto nas discussões de governos nas implementações de infra-estrutura (complexo de hidrelétricas, pavimentação de estradas entre outros) nos âmbitos nacionais e internacionais e nas Câmaras Técnicas de Projetos, a partir da articulação com Fóruns Internacionais e sociedade civil organizada (ONGs, universidades, institutos de pesquisa, e Movimentos Sociais) garantindo que os instrumentos de planejamento participativos e a legislação sejam plenamente respeitadas;

29. Garantir uma educação não sexista, baseada na cultura do respeito à diversidade, fundada na valorização dos direitos humanos universais e da solidariedade na afirmação do direito à diferença e a equidade, combatendo a dominação patriarcal, o racismo, a xenofobia, a intolerância e todas as formas de discriminação;

30. Assegurar e garantir os direitos humanos das mulheres amazonidas.

31. Assegurar direitos já existentes para as mulheres amazônidas (indígenas, seringueiras, ribeirinhas, agricultoras, artesãs, aiuasqueiras entre outras) promovendo o acesso especifico, respeitando as particularidades culturais, produtiva, social e ambiental de cada realidade nos fóruns de inserção e discussão de políticas publicas ligadas a cultura, a produção, ao lazer e outros no âmbito nacional e internacional.

32. Garantir a participação da mulher de forma igualitária nos espaços de discussão dos comitês, conselhos e câmaras técnicas de políticas ambientais.


33. Combater as discriminações de sexo, raça e etnia, idade e orientação sexual no mercado de trabalho;

34. Implementar um pacto de defesa contra todas as formas de violência (física e psicológica) que atinge todas as mulheres, com atenção as mulheres negras, indígenas e aquelas que vivem no campo e nas floresta, e tem com objetivo a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres , o enfrentamento a feminização da AIDS e outras DST, o combate a exploração sexual, exploração de turismo sexual de crianças e adolescente e ao trafico de mulheres a promoção dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão;

Em Defesa do Povo e da Causa Palestina: defesa da vida e dos direitos humanos


Os estudantes, professores, técnico-administrativos, poetas, músicos, profissionais liberais, sindicalistas, parlamentares e todas as pessoas que subscrevem este manifesto, o fazem por entender que a atual intervenção armada do Estado de Israel na Faixa de Gaza, se constitui em franco genocídio ao povo palestino.
Os bombardeios sobre as cidades e as manobras militares israelenses – com o apoio do governo, do aparato bélico e de agências de notícias norte-americanas – violentam os direitos humanos e o direito à vida de milhares de crianças, jovens, mulheres e homens que vivem na Faixa de Gaza e em toda a Palestina.
Tal violência é injustificável, como injustificável é o discurso do Estado Israelense que fala em “defesa” contra os ataques de “terroristas” árabe-israelenses. Essa retórica é a mesma que, não obstante aos apelos e protestos do mundo inteiro, foi utilizada pelos EUA de George W. Bush para bombardear e criminosamente destruir a vida, os direitos humanos e o patrimônio artístico e cultural da cidade de Bagdá, em tempos recentes.
Mas o que significa a palavra “defesa” para Israel, quando sabemos que esse Estado invadiu e se apoderou ilegalmente de considerável parte dos territórios palestinos, numa “ocupação” violenta e profundamente discriminatória que teve início em 1948 e se acentuou em 1967?
O que significa a palavra “defesa”, quando se é invasor dos territórios seculares de um povo e, pior ainda, quando a esse povo não resta nada mais que resistir com seus corpos e pedras à opressão e às tentativas de extermínio com o uso de metralhadoras, fuzis automáticos, bombas, tanques, helicópteros e outros armamentos sofisticados?
Um dos mais respeitados intelectuais palestinos do século XX, Edward Said, destacou que o Estado Israelense que nem sequer tem uma constituição, surgiu para consolidar politicamente a identidade judaica, isolando essa “identidade de tudo o que fosse não-judeu”, ou seja, definindo-se “a si próprio como um Estado de e para o povo judeu”. Desse modo, “Israel instaurou direitos exclusivos de imigração e posse da terra para os judeus”, desconhecendo e estigmatizando as populações árabes e, em especial, palestinas que viviam na região desde tempos imemoriais.
Ao ser implantado, em 1948, o Estado de Israel cerceou direitos e passou a cometer diversas atrocidades e violências contra todos os que vivam na Palestina antes desse período e que, da noite para o dia, foram ficaram proibidos de levar uma vida digna e em liberdade, sendo que os refugiados não podem nem sequer “ter acesso à terra como têm os judeus”.
Se no tempo presente a situação ganhou contornos indescritíveis e a violação aos mínimos direitos humanos atraiu a atenção internacional, há pelo menos duas décadas, a palavra de ordem do Estado de Israel tem sido ocupação e cercamento de cidades na Cisjordânia e em Gaza. São verdadeiras “gaiolas” em que as populações árabes locais foram condenadas a um eterno estado de sítio, com permanentes bloqueios nas estradas e vias de acesso, destruição de redes de instalação elétrica, saneamento e prédios públicos, fechamento das passagens para hospitais, feiras e universidades, detenção de caminhões de transportes de medicamentos e alimentos, em síntese a intenção tem sido “matar de fome, expulsar e colocar os palestinos de joelhos”. O atual conflito é, portanto, apenas a ponta do iceberg de um processo de lenta agonia e de luta desesperada do povo palestino para continuar vivo.
Ao contrário do que alardeia boa parte dos noticiários da grande mídia, que busca, na maioria das vezes, apenas fazer sensacionalismo, nada informar ou jogar a opinião pública contra o povo e a causa palestina, a guerra atual não é uma guerra entre dois estados: é a guerra de um Estado que é uma poderosa potência militar contra uma população indefesa, sitiada e a mercê de toda sorte de violências.
Nessa direção, consideramos significativas as observações feitas por Edward Said, em entrevista a David Barsamian, ao afirmar que “1948 e a fundação do Estado de Israel significou que fundamentalmente 78% da histórica palestina árabe se tornou israelense (...) A Cisjordânia e Gaza em conjunto constituem 22% da histórica palestina, e é sobre isso que a atual disputa se dá. Os palestinos não estão lutando por causa dos 78% perdidos. Eles lutam pelos 22% ainda restantes. Desses 22%, os israelenses ainda têm controle sobre 60% da Cisjordânia e 40% de Gaza. Se houvesse um dia um Estado palestino, não haveria um território contíguo. Ele estaria todo entrecortado em pequenos pedaços, controlados pelas estradas construídas pelos israelenses que agora cercam cada área palestina, por isso os palestinos estão hoje sitiados dentro do seu próprio território”.
Destacamos essas observações para colocar em evidência que a problemática palestina, as violências contra populações que vivem prisioneiras em suas próprias casas e territórios, a covardia e o cinismo do Estado e do governo de Israel se constitui em brutal genocídio aos palestinos. Ficar em silêncio, fingir que nada está acontecendo ou dizer que não temos nada a ver com isso significa ser cúmplice do assassinato e da mutilação de inúmeros seres humanos.
Nossa posição é um manifesto contra os assassinatos, todas as formas de violência física e psicológicas e o terror de estado impetrados por Israel na Faixa de Gaza. Tal posição espelha nossa convicção de que esta é uma causa universal e internacionalista: lutamos em defesa da vida, dos direitos humanos e do respeito à diferença e à autodeterminação dos povos no mundo árabe, no Oriente, na África, na América Latina, no Brasil, na Amazônia e em todos os lugares de um mundo contemporâneo profundamente marcado pela intolerância, a exclusão e a mutilação de milhares de mulheres, crianças e homens que perambulam sem a mínimas condições de existência na condição de “apátridas” em campos de refugiados, cercamentos, “gaiolas”, acampamentos de trabalhadores sem-terra, acampamentos urbanos de trabalhadores sem-teto e excluídos de um modo em geral.
Pela criação e reconhecimento do Estado da Palestina!
Pela retirada imediata de tropas israelenses da Faixa de Gaza e territórios ocupados em toda a palestina!
Pelo rompimento diplomático e comercial do governo e Estado brasileiro com o Estado de Israel!
Pelo fim de todos os bloqueios na Palestina!
Viva a luta do povo Palestino!
Viva a solidariedade com a luta e a causa do povo palestino!

Rio Branco, Acre, Amazônia brasileira, 15 de janeiro de 2009.