sábado, 17 de setembro de 2011

Há 40 anos morria Lamarca, o Che brasileiro





Hoje completam-se 40 anos que o capitão do Exército Carlos Lamarca, nascido no Rio de Janeiro em 1937, foi atocaiado e morto no interior da Bahia.

Lamarca desertou em 1969, e converteu-se num dos comandantes da Vanguarda Popular Revolucionária, VPR, grupo de guerrilha armada no qual também lutou a presidente Dilma Rousseff. Tido e havido como o Che Guevara brasileiro, Lamarca foi elevado ao status do maior inimigo do governo militar. Caçado pelas forças de segurança por todo o país, ele comandou diversos assaltos a bancos, montou um foco guerrilheiro na região do Vale do Ribeira, no sul do estado de São Paulo. Liderou o grupo que seqüestrou o embaixador suíço Giovanni Bucher, no Rio de Janeiro, em 1970, em troca da libertação de 70 presos políticos.

Perseguido por mais de dois anos pelos militares, foi localizado e morto no interior da Bahia 17 de setembro de 1971. Trinta e seis anos após sua morte, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, sob o ministro Tarso Genro, dedicou sua sessão inaugural a promovê-lo a coronel do Exército. Lamarca teve reconhecida a condição de perseguidos políticos de sua viúva e filhos.

Ninguém melhor para falar do mito Lamarca do que o escritor e jornalista paulistano Celso Lungaretti. Nascido em 1950, autor do livro "Náufrago da Utopia" (Geração Editorial, 2005), Lungaretti lutou com Lamarca na Vanguarda Popular Revolucionária.

Falsamente acusado de delator da área de treinamento da VPR em Registro/SP, conseguiu restabelecer a verdade dos fatos no final de 2004, a partir de um relatório secreto militar que veio a público e da intervenção em seu favor do historiador Jacob Gorender, que o inocentou dessa acusação em carta publicada na Folha de S. Paulo. “Ele era um revolucionário sincero, extremamente dedicado à causa e disposto a todos os sacrifícios. A cultura militar também era muito forte nele, de uma forma peculiar: identificava-se com os subalternos, não com os outros oficiais. Tinha uma relação de zelo e carinho para com os comandados, ao passo que sempre se referia com desdém aos graduados”, relata Lungaretti ao Brasil 247.

“Lembro-me de que, na área de treinamento de Registro, ele até se emocionava ao conversar conosco sobre a rotina simples da caserna, como a brincadeira que a soldadesca fazia quando eram tocados certos temas nas paradas. Segundo ele, pelos cantos da boca, cantavam: "A mãe do tenente/ morde o pau da gente". E, ao rufar dos tambores, "bunda! bunda!"...Lamarca chegou à VPR com um conhecimento muito superficial das teses marxistas e correu atrás do tempo perdido, devorando livros nos longos períodos de inatividade em "aparelhos". Mas, sempre coisas muito objetivas, diretas, operacionais. Não lhe interessavam temas teóricos como os desvios do stalinismo e a importância da verdade como fator revolucionário.” Prossegue Lungaretti: “Daí certas "versões convenientes" que deu, nos momentos em que julgou atenderem melhor aos interesses superiores da revolução. Hoje percebo que ele não fazia por mal. Apenas, acreditou que isto fosse necessário para combater com alguma chance de êxito um inimigo totalmente sem escrúpulos”.

Lamarca era um matador? Lungaretti repele a tese. “Nem de longe era um sanguinário. Desde o primeiro momento percebi que ele mataria pela causa, se considerasse imprescindível, mas não por prazer ou por vingança. A clandestinidade lhe pesava, como a todos nós, mas não ao ponto do desequilíbrio. Sua maior contribuição às concepções guerrilheiras foi o conceito de coluna móvel estratégica. Ou seja, a coluna guerrilheira não teria o papel de crescer até se transformar num exército revolucionário, pois a repressão a aniquilaria antes disso e os moradores da região sofreriam terríveis retaliações”.

Segundo Lungaretti, a ideia de Lamarca era que a coluna guerrilheira “enterrasse previamente munição e mantimentos por uma extensa área, que deveria ser bem mapeada pelos guerrilheiros antes de entrarem em ação. Aí, assestariam golpes nos inimigos, escapando graças à sua mobilidade e conhecimento do terreno. Então, seu papel seria de símbolo vivo da possibilidade de se derrotar as Forças Armadas. Utilizando tal símbolo, a propaganda revolucionária, nas cidades e nos campos, iria estimulando a união de todas as forças contrárias à ditadura, até sua derrubada. Ou seja, o exército revolucionário se formaria a partir do exemplo dado pela coluna, mas não em torno da coluna.

É uma concepção que ninguém tinha enunciado até então. Lamarca a lançou”.

Leia, abaixo, outras percepções de Lungaretti sobre o Lamarca que ele conheceu

O Legado de Lamarca:

“O mesmo de Tiradentes: sua visão de que deveria dedicar a vida e arriscar-se à morte para concretizar seus ideais. Mesmo que travando uma luta tão desigual, com chances ínfimas de êxito no começo e nenhuma no final. Na boca dele também caberia o "dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria" do inconfidente”.

Pelo que Lamarca lutaria hoje:

“É uma incógnita. Com certeza, defendendo sempre o povão, os trabalhadores e os excluídos. Era com eles que se identificava -- tinha muito orgulho de ser filho de sapateiro, não de abastados, e mesmo assim haver chegado aonde chegou na carreira militar. Ficávamos sensibilizados ouvindo-o falar da pena que sentia da gente comum oprimida pelos israelenses, quando integrou a missão da ONU em Suez. E não necessariamente por meio da luta armada, pois ele estava bem consciente das dificuldades inerentes, mesmo quando se combate uma ditadura. E detestava perdas inúteis.

Então, o mais provável é que hoje atuasse dentro dos limites de uma democracia. Mas, claro, é só minha avaliação pessoal”.

Mortes:

“Destacando poucos episódios da sua vida, evitei falar sobre o pior deles, a decisão de matarem o ten. Alberto Mendes Jr. -- até compreensível para quem priorizava a salvação dos seus comandados, mas politicamente desastrosa. Seria melhor terem corrido o risco de deixá-lo vivo. Já o atentado ao QG do II Exército no qual morreu o recruta Kotzel, na minha avaliação, nada teve a ver com o Lamarca. Levando em conta datas e outros detalhes, concluí que seu envolvimento (como autor da sugestão) foi apenas boato”.

Imprensa:

“Quando falo na dificuldade de se travar uma luta com tamanha desigualdade de forças e em circunstâncias tão dramáticas, na verdade estou expondo o motivo que me levou a ser mais condescendente com ele. Quando a imprensa caiu matando sobre sua memória naquele episódio da anistia e promoção a coronel, segui meu impulso de a defender. Foi mais instinto do que decisão pensada. E, desde então, tenho procurado equilibrar os pratos da balança, transcendendo as mágoas pessoais”

Morte de Lamarca:

“Neste sábado (17) se completarão 40 anos da morte do comandante Carlos Lamarca, que estava debilitado e indefeso quando foi covardemente executado pela repressão ditatorial no sertão baiano, em 17 de setembro de 1971, numa típica vendetta de gangstêres. O que há, ainda, para se dizer sobre Lamarca, o personagem brasileiro mais próximo de Che Guevara, por história de vida e pela forma como encontrou a morte? Foi, acima de tudo, um homem que não se conformou com as injustiças do seu tempo e considerou ter o dever pessoal de lutar contra elas, arriscando tudo e pagando um preço altíssimo pela opção que fez. Teve enormes acertos e também cometeu graves erros, praticamente inevitáveis numa luta travada com tamanha desigualdade de forças e em circunstâncias tão dramáticas”.

Melhores momentos:

“Mas, nunca impôs a ninguém sacrifícios que ele mesmo não fizesse. Chegava a ser comovente seu zelo com os companheiros -- via-se como responsável pelo destino de cada um dos quadros da Organização e, quando ocorria uma baixa, deixava transparecer pesar comparável ao de quem acaba de perder um ente querido. Dos seus melhores momentos, dois me sensibilizaram particularmente. Logo depois do Congresso de Mongaguá (abril/1969), quando a VPR saía de uma temporada de luta interna e de quedas em cascata, o caixa estava a zero e a rede de militantes, clandestinos em sua maioria, carecia desesperadamente de dinheiro para manter as respectivas fachadas -- qualquer anomalia, mesmo um atraso no pagamento de aluguel, poderia atrair atenções indesejáveis. Mas, o chamado grupo tático fora o setor mais duramente golpeado pelas investidas repressivas. Então, quando se planejou a expropriação simultânea de dois bancos vizinhos, na zona Leste paulistana, o pessoal experiente que sobrara não bastava para levá-la a cabo. Eu e os sete companheiros secundaristas que acabáramos de ingressar na Organização fomos todos escalados -- na enésima hora, entretanto, chegou a decisão do Comando, que me designou para criar e coordenar um setor de Inteligência, então fiquei de fora. Lamarca, procuradíssimo pelos órgãos repressivos, fez questão de estar lá para proteger os recrutas no seu batismo de fogo. Os outros quatro comandantes tudo fizeram para demovê-lo, em nome da sua importância para a revolução. Em vão. A lealdade para com a tropa nele falava mais alto. Depois de muita discussão, chegou-se a uma solução de compromisso: ele não entraria nas agências, mas ficaria observando à distância, pronto para intervir caso houvesse necessidade. Houve: um guarda de trânsito, alertado por transeunte, postou-se na porta de um dos bancos, arma na mão, pronto para atingir o primeiro que saísse.

Lamarca, que tomava café num bar a 40 metros de distância, só teve tempo de apanhar seu .38 cano longo de competição, mirar e desferir um tiro dificílimo -- tão prodigioso que, no mesmo dia, a ditadura já percebeu quem fora o autor. Só um atirador de elite seria capaz de acertar.

Segundo o Darcy Rodrigues, foi a vida dele que Lamarca salvou. O próprio, contudo, contou-nos que seria um dos novatos o primeiro alvejado.

Como resultado, a repressão teve pretexto para fazer de Lamarca o inimigo público nº 1 -- e, claro, o fez. A imagem dele foi difundida à exaustão, obrigando-o a redobrar cuidados e até a submeter-se a uma cirurgia plástica.

Também teve de brigar muito com os demais dirigentes e militantes, para salvar a vida do embaixador suíço Giovanni Butcher, quando a ditadura se recusou a libertar alguns dos prisioneiros pedidos em troca dele e ainda anunciou que o Eduardo Leite (Bacuri) morrera ao tentar fugir.

Dá para qualquer um imaginar a indignação resultante -- afinal, as (dantescas) circunstâncias reais da morte do Bacuri ficaram conhecidas na Organização.

Mesmo assim Lamarca não arredou pé, usando até o limite sua autoridade para evitar que a VPR desse aos inimigos o monumental trunfo que as Brigadas Vermelhas mais tarde dariam, ao executarem Aldo Moro. O episódio foi tão traumático que ele acabou deixando a VPR.

E, no MR-8, novamente divergiu da maioria dos companheiros -- quanto à sua salvação.

Pressionaram-no muito para que saísse do Brasil, preservando-se para etapas posteriores da luta, pois em 1971 nada mais havia a se fazer. Aquilo virara um matadouro.

Conhecendo-o como conheci, tenho a certeza absoluta de que não perseverou por acreditar numa reviravolta milagrosa. Em termos militares, suas análises eram as mais realistas e acuradas. Nunca iludia a si próprio.

O motivo certamente foi a incapacidade de conciliar a idéia de fuga com todos os horrores já ocorridos, a morte e os terríveis sofrimentos infligidos a tantos seres humanos idealistas e valorosos. Fez questão de compartilhar até o fim o destino dos companheiros, honrando a promessa, tantas vezes repetida, de vencer ou morrer.

Doeu -- e como! -- vermos os militares exibindo seu cadáver como troféu, da forma mais selvagem e repulsiva.

Mas, ele havia conquistado plenamente o direito de desconsiderar fatores políticos e decidir apenas como homem se preferia viver ou morrer.

Merece, como poucos, nosso respeito e admiração.

Fonte: Mundo Positivo via www.ujs.org.br


quarta-feira, 6 de abril de 2011

A AMAZÔNIA NOS TRILHOS


Um dos maiores desafios para acelerar o desenvolvimento econômico e social da região amazônica diz respeito ao processo de integração da região, entre si e com demais localidades do globo, o isolamento geográfico sempre foi uma característica das aglomerações humanas da região, que sempre produziu para a sua subsistência e que mesmo com um grande potencial produtivo florestal sustentável, amarga não conseguir escoar seus produtos.

Os rios, mesmo que de forma deficitária, sempre foram às vias que uniram e escoaram a produção na Amazônia brasileira para o mercado interno e externo com demais países do continente sul americano. Inúmeras foram às políticas públicas aplicadas na região buscando o processo de integração e a consolidação de mecanismos para ampliar-se a produtividade Hoje não mais tão isolada, a região enfrenta novos desafios e para a solução desses alguns fatos relevantes devem ser tomados como ponto de partida para se pensar uma nova forma de integração física econômica e social da Amazônia;

Nem todas as regiões dessa vasta floresta estão servidas de rios com boa navegabilidade, além de que, alguns rios são intermitentes impossibilitando uma freqüência de navegação durante todo ano, alem disso com as mudanças climáticas que vem ocorrendo no planeta outro fator agrava esse isolamento físico no que tange a ligação fluvial, pois a seca que a região vem enfrentando nos últimos anos, sem precedentes na historia recente da população amazônica, torna inavegáveis rios que outrora eram as grandes vias de acesso da região.

As rodovias maior estratégia de integração implementada no Brasil para a região não responde de forma eficiente as novas problemáticas que a sociedade possui, sua abertura é uma alternativa que agregar muitos custos aos produtos escoados e é motivo de críticas por parte dos ambientalistas em função do efeito “espinha de peixe” característico das rodovias onde a abertura de vias vicinais e o desmatamento em suas margens causam prejuízos à fauna e a flora, alem de que as emissões de gases do efeito estufa resultantes da circulação de veículos automotores termina por agrava os processos de mudanças climáticas no planeta.

A implementação de ferrovias surge assim como uma alternativa economicamente viável e ambientalmente sustentável, tendo em vista que, diminuir custo no transporte e por conseqüência o preço final dos produtos, diminui o processo de emissão de gases do efeito estufa em decorrência de se realizar menos viagens para o transporte de grandes volumes de mercadoria, não agride a floreta em seu entorno com o transporte de produção e pessoas na Amazônia, pois as áreas de antropização reduzem-se as estações, e observa-se ainda a diminuição no tempo gasto no transporte de mercadorias, entre outros fatores que fazem dessa alternativa uma boa possibilidade de integração para escoamento de produtos e circulação de pessoa.

O governo brasileiro possui um projeto ousado de ferrovia para a região que, é fruto de um projeto de lei sancionado pelo presidente Lula em 2008[1] que entre outras ações para o sistema ferroviário brasileiro, engloba a construção de uma ferrovia Transcontinental que vai do Espírito Santo a Cruzeiro do Sul, no Acre[2]. Onde a idéia central é seguir para o Equador e Peru de onde os produtos poderão ser escoados por portos para America do Norte, America Central, Ásia e África . Esse projeto está no planejamento nacional, previsto para ser operacionalizado até 2023.

A relevância dessa iniciativa é justifica segundo o a lei 11.772 de setembro de 2008, pela “necessidade de se modernizar o modal ferroviário nacional, garantindo assim a continuidade do projeto de crescimento que o Brasil vive nos últimos anos”

Para a Região Norte e para o país a Rodovia Transoceânica constituirá um complexo de logística fundamental para as exportações brasileiras e o estabelecimento de um fluxo eficiente de transportes dentro do próprio território nacional além de diminuir custos com transporte de cargas para a região principalmente da Ásia e da America do Norte. A rodovia reduz em 6 mil quilômetros a distância da rota comercial do Brasil com a Ásia, via Oceano Pacífico, com positivo impacto no processo logístico do comércio internacional, principalmente nas exportações àquele continente

Além dos grandes benefícios econômicos para todo o nosso País, a rodovia representará inegável fator de desenvolvimento regional, principalmente para as cidades que serão cortadas por ela, sendo assim construamos essa alternativa, economicamente viavel e ecologicamente sustentavel, pois ganha o ACRE e ganha o Brasil!


[1] A Lei 11.772, de 17 de setembro de 2008, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outorga à Valec Engenharia, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, dentre outras obras, a concessão da EF 354.

[2] A Ferrovia Transcontinental, que ligará o Litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro a Boqueirão da Esperança, na fronteira Brasil-Peru, seguindo, daí, até os portos do Oceano Pacífico. Seu traçado passará por Muriaé, Ipatinga e Paracatu, em Minas Gerais; Brasília; Uruaçu, em Goiás; Cocalinho, Ribeirão Castanheira e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso; Vilhena e Porto Velho, em Rondônia; e Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre. O percurso total será de 4.400 quilômetros.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A UTILIZAÇÃO INCESSANTE DE GUERRAS CONTINUA SENDO AINDA HOJE A MAIOR ARMA DO CAPITALISMO PARA A SUA MANUTENÇÃO EM PERÍODOS DE CRISE.



Arrochos financeiros, enxugamento de maquinas publicas, aumentos de juros, e ajuda financeira com dinheiro publico a instituições multilaterais, é apenas a menor parcela da ajuda dada aos apelos inaudíveis postos pelo capitalismo moderno. A instituição da guerra responde sempre como a estratégia mais solida desse modelo de sociedade, pautado na exploração do homem pelo homem no lucro desmedido e na expansão dos mercados consumidores.

Desde a fundação da sociedade, período impossível de se datar, a guerra sempre foi um mecanismo de expansão territorial, naquele período essa expansão tinha uma visão exclusivamente geográfica, ou seja a área de influencia de um Estado, Nação, Tribo ou família era delimitada pela fronteira que limitava seu domínios físico. Com a modernização da sociedade e das relações humanas as fronteiras físicas passam a não ter mais o mesmo peso, pois surge no mundo a figura das fronteiras político-econômicas, onde a área passa a ser delimitada não por marcos físicos, mas pela capacidade de influir em um território mesmo não possuindo a posse física.

O capitalismo como modelo de sociedade reagiu da mesma forma aos processos de modernização de sociedade, passando da busca pelo controle físico para o controle político econômico dos territórios.

Essa relação fica clara quando observada a influencia que instituições multilaterais como o FMI (a serviço do neoliberalismo capitalista estadunidense) tem sob países ditos subdesenvolvidos, onde esta instituição sob pretexto da manutenção de uma instabilidade econômica global, institui políticas financeira de diminuição de investimento em áreas sociais, facilitando a desregulamentação de economias para a introdução de indústrias e empresas multinacionais nessas nações.

Essa capacidade de intervenção do capitalismo sem fronteiras não se dá apenas no âmbito da imposição de políticas econômicas, pois em estados onde a democracia capitalista não impera são necessárias outras intervenções de cunho armado como é o caso do Iraque e mais recentemente da Líbia

Observa-se hoje a proliferação de forças militares, o braço armado dos estados capitalistas, em territórios do mundo árabe, sob a égide de argumentos como a mistura que os regimes políticos fazem com a religião, que tem fortes ligações com as decisões do Estado, e a democracia que segundo o mundo ocidental não existe nesses territórios, porém esse não é o tema central, quando se pensa o porque das intervenções armadas em países do mundo árabe, uma analise fria mostra que países como a Arábia Saudita, que possuem os mesmos pseudo-s problemas não sofrem as mesmas intervenções, a resposta para esse dilema encontra-se escondida na seguinte questão “quais os países que estão inseridos no mercado mundial do petróleo como aliado do ocidente”, para o capitalismo indefere qual o sistema político, qual o modelo de democracia, se existe ou não direitos para humanos no Estado, o que o guia é quem está do seu lado.

Assim as intervenções armadas surgem como ferramenta de expansão, que tem sido estimulada pela corrida do ouro negro, apoio a tropas rebeldes exigem muito mais do que simples agradecimentos públicos, mas a certeza de um mercado aberto para o mundo ocidental. Alem da obvia necessidade que as industrias bélicas possuem do instrumento da guerra para a manutenção de um mercado consumidor de mortes e genocídios civis.

Com isso os exércitos desviam recursos orçamentários com fins sociais (saúde, educação, moradia, transporte, etc.) para pagar os que têm como tarefa única e exclusivamente matar, enriquecendo os fabricantes e mercadores de armas. Os enormes lucros criados pela manutenção e desenvolvimento das forças armadas são parte integrante do sistema de desenvolvimento capitalista, do imperialismo e da repressão social. Estes exércitos criam uma cultura de virilidade, violência, sexismo, nacionalismo e sacrifício inútil de vidas, ingredientes não divulgados, mas que dão ao capitalismo o tempero consumido por todas as nações.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

NA LUTA EM DEFESA DOS REFUGIADOS HAITIANOS.


GABINETE DO SENADOR ANIBAL DINIZ COMPÕES COMITÊ DE APOIO A CAUSA DOS POVOS NA LUTA EM DEFESA DOS REFUGIADOS HAITIANOS.

O Comitê de Apoio a Causa dos Povos teve inicio há 30 anos atrás, devido a prisão de uma engenheira brasileira em Israel que provocou uma comoção internacional abraçada pela sociedade civil Acreana encabeçada pela comunidade árabe do estado, desde esse período varias foram as causas abraçadas por esse comitê, como a luta contra o embargo de Cuba, pela criação do estado palestino, o apoio ao povo boliviano, entre outras.

Nesse momento onde se tem uma vinda de refugiados haitianos para o Acre, esse comitê se solidariza, se organizando em uma articulação que visa suprir inicialmente as necessidades básicas de alimentação e água desses refugiados, e buscar alternativas para a essa situação, sem esquecer o apoio ao próprio Estado Haitiano devastado por guerras civis e desastres naturais.

O Governo do Estado do Acre já vem auxiliando com o apoio de unidades de saúdes designados especificamente para cuidar da causa, e a cessão de um ginásio esportivo no município de Brasiléia, e o acompanhamento direto desses refugiados realizado pela SEJUDH, alem disso a Igreja vem auxiliando por meio do fornecimento de alimentação que vem sendo fornecida pela paróquia local, porem ainda de forma precária.

Esse comitê que para essa causa dos refugiados Haitianos é composto, pela CTB, CUT, SITEAC, CADES, Comitê Chico Mendes, Gabinete do deputado Moises Diniz, Gabinete do Senador Jorge Viana e Gabinete do Senador Anibal Diniz, reuniu-se nesse dia 10/02/2011, e diante dos fatos está se organizando e instalando pontos de coleta de alimentos, água, colchões, onde outrora estavam instalados pontos de coleta de água para os atingidos pelos deslizamentos no Rio de Janeiro, espera-se com isso minimizar situação na qual se encontra nossos irmãos haitianos.