quarta-feira, 6 de maio de 2009

Seiva Bruta, Essência.


Meu conhecimento verte por golpes que desferiram em meu ser,
Fui riscado como uma jovem seringueira,
Na busca de extraírem de meu interior
Algo que valha centavos no mercado.

Sou uma mercadoria,
Meu conhecimento enche a tigela que se prontificam em recolher,
Minha essência, á um vulcão, uma casa de defumação.
Industrializar o conhecimento, minhas lagrimas lamentos.

Perdi meu por que,
Era uma arvore frondosa que em meio a minha floresta crescia a bel prazer,
Recanto de muitas aves, esconderijo de besouros,
Em meu corpo foi encontrado o ouro, não vivo mais por viver.


Sugam a minha essência,
Entre tantos a decadência, agora tem o que fazer,
Tens uma função, é apenas uma matriz, que se salva por um triz,
De um risco mais profundo, ser jogado no mundo.

De senhor das florestas, meu sangue é apenas o que resta,
O que serve pra vender.
De livre solto, rebelde.
Pegaram o que te rege, amansaram teu saber.

Sou apenas mais um, parte da produção.
Eis que o machado está posto a raiz.
Preferes produzir ou que lhe arranquem fora.
Tua escolha faz agora, morrer livre, ou viver.

Queria apenas ser eu.
E crescer, crescer na liberdade.
No saber sem compromisso.
Que meu elixir corresse solto, por todo o meu corpo.

Defumaram o conhecer.
Deste fizeram matéria prima, conformaste a um molde.
E venderam no mercado, agora tens valor.
Lhe tiram o que querem, moldam a situação.

Agora não mais frondosa arvore, me conhecem
Das comerciais, sou uma espécie.
E quem recolhe esse leite não ficam com o lucro, pois o conhecimento é bruto.
Aos grandes servirei, mas nunca me prostarei, é viver para morrer.