quarta-feira, 6 de abril de 2011

A AMAZÔNIA NOS TRILHOS


Um dos maiores desafios para acelerar o desenvolvimento econômico e social da região amazônica diz respeito ao processo de integração da região, entre si e com demais localidades do globo, o isolamento geográfico sempre foi uma característica das aglomerações humanas da região, que sempre produziu para a sua subsistência e que mesmo com um grande potencial produtivo florestal sustentável, amarga não conseguir escoar seus produtos.

Os rios, mesmo que de forma deficitária, sempre foram às vias que uniram e escoaram a produção na Amazônia brasileira para o mercado interno e externo com demais países do continente sul americano. Inúmeras foram às políticas públicas aplicadas na região buscando o processo de integração e a consolidação de mecanismos para ampliar-se a produtividade Hoje não mais tão isolada, a região enfrenta novos desafios e para a solução desses alguns fatos relevantes devem ser tomados como ponto de partida para se pensar uma nova forma de integração física econômica e social da Amazônia;

Nem todas as regiões dessa vasta floresta estão servidas de rios com boa navegabilidade, além de que, alguns rios são intermitentes impossibilitando uma freqüência de navegação durante todo ano, alem disso com as mudanças climáticas que vem ocorrendo no planeta outro fator agrava esse isolamento físico no que tange a ligação fluvial, pois a seca que a região vem enfrentando nos últimos anos, sem precedentes na historia recente da população amazônica, torna inavegáveis rios que outrora eram as grandes vias de acesso da região.

As rodovias maior estratégia de integração implementada no Brasil para a região não responde de forma eficiente as novas problemáticas que a sociedade possui, sua abertura é uma alternativa que agregar muitos custos aos produtos escoados e é motivo de críticas por parte dos ambientalistas em função do efeito “espinha de peixe” característico das rodovias onde a abertura de vias vicinais e o desmatamento em suas margens causam prejuízos à fauna e a flora, alem de que as emissões de gases do efeito estufa resultantes da circulação de veículos automotores termina por agrava os processos de mudanças climáticas no planeta.

A implementação de ferrovias surge assim como uma alternativa economicamente viável e ambientalmente sustentável, tendo em vista que, diminuir custo no transporte e por conseqüência o preço final dos produtos, diminui o processo de emissão de gases do efeito estufa em decorrência de se realizar menos viagens para o transporte de grandes volumes de mercadoria, não agride a floreta em seu entorno com o transporte de produção e pessoas na Amazônia, pois as áreas de antropização reduzem-se as estações, e observa-se ainda a diminuição no tempo gasto no transporte de mercadorias, entre outros fatores que fazem dessa alternativa uma boa possibilidade de integração para escoamento de produtos e circulação de pessoa.

O governo brasileiro possui um projeto ousado de ferrovia para a região que, é fruto de um projeto de lei sancionado pelo presidente Lula em 2008[1] que entre outras ações para o sistema ferroviário brasileiro, engloba a construção de uma ferrovia Transcontinental que vai do Espírito Santo a Cruzeiro do Sul, no Acre[2]. Onde a idéia central é seguir para o Equador e Peru de onde os produtos poderão ser escoados por portos para America do Norte, America Central, Ásia e África . Esse projeto está no planejamento nacional, previsto para ser operacionalizado até 2023.

A relevância dessa iniciativa é justifica segundo o a lei 11.772 de setembro de 2008, pela “necessidade de se modernizar o modal ferroviário nacional, garantindo assim a continuidade do projeto de crescimento que o Brasil vive nos últimos anos”

Para a Região Norte e para o país a Rodovia Transoceânica constituirá um complexo de logística fundamental para as exportações brasileiras e o estabelecimento de um fluxo eficiente de transportes dentro do próprio território nacional além de diminuir custos com transporte de cargas para a região principalmente da Ásia e da America do Norte. A rodovia reduz em 6 mil quilômetros a distância da rota comercial do Brasil com a Ásia, via Oceano Pacífico, com positivo impacto no processo logístico do comércio internacional, principalmente nas exportações àquele continente

Além dos grandes benefícios econômicos para todo o nosso País, a rodovia representará inegável fator de desenvolvimento regional, principalmente para as cidades que serão cortadas por ela, sendo assim construamos essa alternativa, economicamente viavel e ecologicamente sustentavel, pois ganha o ACRE e ganha o Brasil!


[1] A Lei 11.772, de 17 de setembro de 2008, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outorga à Valec Engenharia, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, dentre outras obras, a concessão da EF 354.

[2] A Ferrovia Transcontinental, que ligará o Litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro a Boqueirão da Esperança, na fronteira Brasil-Peru, seguindo, daí, até os portos do Oceano Pacífico. Seu traçado passará por Muriaé, Ipatinga e Paracatu, em Minas Gerais; Brasília; Uruaçu, em Goiás; Cocalinho, Ribeirão Castanheira e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso; Vilhena e Porto Velho, em Rondônia; e Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre. O percurso total será de 4.400 quilômetros.

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