quinta-feira, 27 de março de 2008

FORMALIDADES

Foi sublime, parecia coisa de cinema.
Nos olhamos, e estava feita a cena.

Em um ônibus lotado, cheio de gente indiferente.
Falávamos com os olhos, em uma cumplicidade displicente.

Lancei-lhe um sorriso discreto, de pronto fui respondido.
Já tinha a certeza, o desejo era correspondido.

De contornos suaves, e um ar de menina.
Naquele momento sabia, você seria minha sina.

Seus olhos castanhos, de cabelos cor igual.
Sorriso malicioso, pensamento surreal.

Calculistas, pensei deve ser minha ação.
Outra chance, talvez nunca, parti pra aproximação.

Mas o acaso, como chamam o destino.
Contra mim armou, e eu terminei caindo.

Seu ponto chegou, e ela se pos a descer.
Sozinho, fiquei, e pensei, será que ainda ei de lhe vê.

Ela e mais uma das que cruzam olhares.
Sorrisos de canto, prantos, tudo apenas formalidade.

segunda-feira, 24 de março de 2008

No isolamento da rede.


Sentada em sua mesa, repousa seu corpo inerte.
Enquanto sua mente vaga, no obscuro da Internet.

Isolada por paredes que a querem conter.
Dominam seu corpo, mas a cabeça teima em desobedecer.

Adentro seu recinto, por um instante tenho atenção.
Mas retorna seus olhos, para onde esta sua concentração.

Perdida em meia rede, em seu mundo virtual.
Tc, add troca foto, na pagina de relacionamento pessoal.

Uma fuga, sem saída, viajando no mesmo lugar.
Varias pessoas desconhecidas querendo lhe add.

Palavras são escritas, mas nos olhos nunca ditas.
Sentimentos arquitetados construídos é sem vida.

E um mundo de falseio, tecnologia e informação.
Mas na busca de um abrigo ,é a fuga da prisão.

As paredes lhe sufocam, quer vôos alçar.
Conhecer varias pessoas, estar em outro lugar.

Os grilhões que lhe prendem, não permite essa ação.
Sobra à rede, Internete, um sopro de ilusão.

quinta-feira, 13 de março de 2008

SOZINHO


Ante o mundo sou mais um.
Passo despercebido é sou tido como comum.

Tudo que faço parece não modificar.
Estou me exaurindo e não consigo mudar.

Sinto-me impotente, ante essa confusão.
Será um dia possível, alguém ouvir minha opinião.

Consciente deste fato, já pensei em me entregar.
Vem o desanimo, impotência, quero alguém pra me ajudar.

Porém um velho sábio, me contou de um passarinho.
Que um dia em um incêndio, tentou salvar tudo sozinho.

O leão todo garboso, não pensando em mais ninguém.
Fugia do incêndio, mas parou e observou bem.

O passarinho pequenino, no seu bico, água a carregar.
Queria salvar a floresta, pois esse era seu lar.

O leão afirmou, salva-te passarinho não a mais solução.
Tudo que fizeres, será esforço vão.

Minha parte estou fazendo, afirmou o passarinho.
Mesmo que ninguém me ajude, a farei sozinho.

O desanimo e um fato, uma situação comum.
Principalmente quando somos, nada mais que apenas um.