No som navego
Um rio sem margens.
Cerro as janelas da alma
Imerso
Sem leme
Procuro o que já encontrei
Voltas e mais voltas
Revoltas
O porto longe do alcance dos olhos
Vai chover
Águas turvas
Sem remo
Remansos
Remorsos
Não chega nunca
Nunca, não, chega
Navegar nem sempre é preciso
Não se vai para lugar algum
Meus pensamentos em algum lugar
Abre-se as janelas
Ainda estou no mesmo lugar
Navegando sem porto
Pronto, pontoJA E
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
sábado, 30 de janeiro de 2016
Homens e Mulheres Sapiens
Quando era mais jovem, devo estar ficando velho, sempre que via uma
mulher defendendo o feminismo já via essa defesa como algo radical, pensava
comigo: “isso é um exagero”. Na sociedade atual os direitos são iguais, o que
pesa para alguem estar ou não em determinada posição é definido por
sua competência, não por seu gênero e mais do
que isso, pensava que a sociedade conseguia enxergar as coisas assim,
mas depois de uma reflexão profunda vi o quão enganado estava.
Mesmo no seculo XXI as desigualdades de oportunidades, salários ou
o próprio olhar da sociedade, para comportamentos de homens e
mulheres, difere muito, um exemplo de algo que escuto muito quando as pessoas
se referem a mulheres que estão em cargos de chefia ou destaque é:
“Fulana só chegou ali por que deu para as pessoas certas” ou “Fulana na
verdade é uma puta que dá para o seu chefe”. Se essa mulher sonhar em galgar
espaços maiores esses comentários só vão piorando... “Fulana só está ali por
que é mulher do beltrano”, “A fulana? puta, puta, puta, dá pra todo
mundo, alias só não dá pro marido”. Competência e capacidade nunca
são vistas.
Você pode até estar pensando, assim como eu pensava quando era mais
jovem, que isso é normal, que todo mundo que decide seguir na vida publica
sofre com isso, mas não é. Tenho uma coisa pra te dizer: se você ainda não
percebeu, somos doutrinados para achar que ser machista é o normal e o que foje
disso é radical, estranho, coisa desse povo de esquerda, dessas mulheres que
não raspam o “sovaco” ou depilam as pernas.
Você pode, assim como eu, (já descobri que era um perfeito modelo de homo que acha que
sapiens), achar que isso é coisa de mulheres que não se dão ao
repeito, por que se a mulher for seria esta terá o devido respeito, e por
vezes, algumas mulheres acreditam nisso e tentam adquirir posturas mais duras
e sisudas para inibir esses comentários, por
que se uma mulher sorrir demais sempre desconfiamos, mas mesmo essa
postura mais sisuda não deixa de gerar o comentário rotineiro; “fulana... é
sapatão, mal amada, ta precisando é de alguem que coma ela direito”.
Sinceramente eu não sei o que me levou a escrever isso, nem quero aqui
ser melhor que qualquer um dessas rodas, cometo meus deslizes, por vezes julgo
de forma equivocada, mas eu não posso deixar de parabenizar as mulheres que
entram na vida publica, pois eu sei que deve ser muito difícil enfrentar esses
preconceitos e comentários, e mais difícil ainda é fazer com que nos homens
compreendamos isso e respeitemos, acho que essas mulheres que entram na vida
publica devem ser aquelas mulheres sapiens que a Dilma saudou e que até agora
nos homos não sapiemos o porque.
terça-feira, 13 de maio de 2014
ABOLIÇÃO INCONCLUSA
Por Larissa Santiago
Apesar
de todo empenho e séculos de luta, tanto de escravos revoltosos como de
abolicionistas e agora ativistas antiracismo, não podemos falar em abolição de
maneira conclusa. E ainda temos de disputar sobre qual foi o significado
de 13 de maio, quem foram seus protagonistas e o impacto de implicações para
toda sociedade brasileira atual.
Ainda
interessa à branquitude defender que uma assinatura deu fim à todas as
desigualdades sociais alimentadas pelo racismo, como se fosse possível com um
passe de mágica dar conta de séculos de cativeiro, sequestros, mentira,
trabalhos forçados, exploração sexual, estupro, assassinato, violências
de toda natureza enfim.
Tentando
calar as revoltas populares, sobretudo após o exemplo de Saint Domingue, uma
falsa abolição se apresentou como o melhor caminho para invisibilizar qualquer
discussão. Sabe-se que por décadas os movimentos de fuga, insurgência e
libertação independentes já eram quase que incontroláveis.
“(…) o 13 de maio não significou o fim
imediato das práticas escravistas das relações sociais de trabalho, com hábitos
a ela aliados” (DOMINGUES, 2004, pg 245).
Com
a abolição, nenhuma garantia foi dada sobre quaisquer direitos fazendo com que
milhares de mulheres, crianças e idosos fossem jogados a própria sorte. Somente
mais de um século depois a lei versaria efetivamente sobre as atividades
exercidas pelas trabalhadoras domésticas. Mesmo assim, dando pouca ou nenhuma
atenção à regulamentação dos direitos conquistados por décadas, séculos de
batalha.
A
violência física e simbólica, empregada em homens e mulheres também permaneceu
a mesma, o chicote que estalava nas sezalas ganhou as ruas, a sexualização das
mulheres negras através do estupro forçado. Até hoje os ecos da negação dos
direitos básicos (saúde, educação, moradia, o exercício do ir e vir) são
ouvidos pelas periferias e ruas do nosso país que forjou uma “liberdade” que
nada mais é que uma miragem que está muito longe de ser conquistada em sua
plenitude.
Somente
em 2004 a sociedade brasileira assumiu institucionalmente que é um país
racista, com a primeira lei de cotas nas universidades. Somente em 2013 foi
criada uma emenda constitucional versando sobre o trabalho doméstico, uma
promessa ainda a ser cumprida sobre seu direito a ter direitos. Agora em 2014
ainda temos mulheres sendo assassinadas por serem confundidas com praticantes
de “magia negra”, jovens negros mortos por serem confundidos com bandidos.
Depois
de 126 anos de papel assinado e guardado, ainda são expostas as feridas do
empreendimento colonial racista e opressor. E ainda lutamos por liberdade,
dignidade e visibilidade. Ainda temos de nos debruçar sobre a tarefa de expor o
racismo, dizer como ela afeta nossos corpos e cotidianos.
Adaptado
do site - http://blogueirasnegras.org/2014/05/13/a-abolicao-e-a-mulher-negra-o-significado-do-13-de-maio/
terça-feira, 25 de março de 2014
Solidariedade e oportunidade
Balsa de Combustível em Porto Acre
A cada dia que passa, fico
mais orgulhoso do povo acreano, nos momentos difíceis, como o que estamos
passando, a solidariedade e preocupação com o outro tem sido sua marca, demonstrada
nos pequenos gestos como o ato de partilhar informações.
É notório os esforços que
vem sendo empreendidos pelo governo do estado, prefeitura e governo federal para
assegurar o abastecimento da cidade com os produtos mais essenciais, é certo que
o povo acreano e nossa economia vão sair fortalecidos desse processo.
Foi durante os momentos difíceis
que Portugal buscou novos caminhos comerciais e desvelou o Brasil para o mundo.
E nesse momento nós do Acre descobrimos de forma plena a importância da BR364, da
ligação Rio Branco Cruzeiro do Sul, da rota do pacifico, e da importante malha
fluvial existente.
Já são apontadas novas rotas
fluviais e debates como o da construção da ferrovia transoceânica colocam-se na
ordem do dia. Além de novas rotas, novos parceiros e relações apresentam-se,
uma janela de oportunidade para o povo do Acre, que a contra gosto de muitos e
contrariando a lógica global da divisão da produção, permanece solido e em crescimento.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
ME DEIXE CORRER
Me deixe
correr
Quero o
vento em minha pele
Sem sinais
vermelhos
Quero corre
Até não
poder mais
Gritar o
mais alto possível
Não ouçam
Aumente o
volume da liberdade
Vou passar
Sei onde
devo ir
Não vou
Quero correr
Não pare
Apague a luz
do farol
Não me guie
Tenho as
estrela
Só quero
correr
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
NÃO OLHE PRA TRÁS
Eu vejo você indo, mas permaneço aqui
Eu não posso fazer as escolhas por
você
Ás vezes não são escolhas
Eu quero gritar pra você ficar
Não olhe para trás
Não estou atrás
Eu ainda estou do seu lado
Mas você não me vê
Quando acordar tudo vai voltar ao normal
Mas nada é normal
E o tempo pode me levar
Mesmo que eu ainda esteja aqui
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Nota de Repudio a Violência Policial Praticada Contra a Juventude
Gostaria de tornar pública minha revolta, indignação e repudio, a todas as agressões policiais praticadas contra a juventude acreana.
Não podemos admitir que o braço armado do Estado responsável pela manutenção da ordem, atue de forma desmedida, preconceituosa e violenta nas abordagens de jovens.
Episódios de agressões e excessos tem se tornado comum; atos como os que aconteceram na apuração das eleições do SINTEAC no ultimo dia 29 de agosto, quando uma guarnição de forma violenta abordou jovens da União da Juventude Socialista que participavam do processo eleitoral com agressões físicas e psicológicas são inadmissíveis.
Os excesso praticado por policias contra o estudante Richarde brilhante na tarde do dia 02 de setembro frente ao CEBRB, quando o mesmo participava de manifesto, nada mais é do que reflexo do tratamento dado a nossa juventude pelas autoridade policiais.
Violências essas que se expressam nesses dois casos, mas que são corriqueiras em nossas periferias, nas ditas abordagens de rotina e apreensões, onde nossa juventude é agredida e física, psicológica e moralmente.
Acredito na importância do trabalho da policia e que casos como esses não são regra mais exceções, mas que devem ser apuradas e tratadas no rigor da lei. Policia para quem precisa de policia.
Cesário Campelo Braga
Militante de Esquerda e Socialista
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