Quando era mais jovem, devo estar ficando velho, sempre que via uma
mulher defendendo o feminismo já via essa defesa como algo radical, pensava
comigo: “isso é um exagero”. Na sociedade atual os direitos são iguais, o que
pesa para alguem estar ou não em determinada posição é definido por
sua competência, não por seu gênero e mais do
que isso, pensava que a sociedade conseguia enxergar as coisas assim,
mas depois de uma reflexão profunda vi o quão enganado estava.
Mesmo no seculo XXI as desigualdades de oportunidades, salários ou
o próprio olhar da sociedade, para comportamentos de homens e
mulheres, difere muito, um exemplo de algo que escuto muito quando as pessoas
se referem a mulheres que estão em cargos de chefia ou destaque é:
“Fulana só chegou ali por que deu para as pessoas certas” ou “Fulana na
verdade é uma puta que dá para o seu chefe”. Se essa mulher sonhar em galgar
espaços maiores esses comentários só vão piorando... “Fulana só está ali por
que é mulher do beltrano”, “A fulana? puta, puta, puta, dá pra todo
mundo, alias só não dá pro marido”. Competência e capacidade nunca
são vistas.
Você pode até estar pensando, assim como eu pensava quando era mais
jovem, que isso é normal, que todo mundo que decide seguir na vida publica
sofre com isso, mas não é. Tenho uma coisa pra te dizer: se você ainda não
percebeu, somos doutrinados para achar que ser machista é o normal e o que foje
disso é radical, estranho, coisa desse povo de esquerda, dessas mulheres que
não raspam o “sovaco” ou depilam as pernas.
Você pode, assim como eu, (já descobri que era um perfeito modelo de homo que acha que
sapiens), achar que isso é coisa de mulheres que não se dão ao
repeito, por que se a mulher for seria esta terá o devido respeito, e por
vezes, algumas mulheres acreditam nisso e tentam adquirir posturas mais duras
e sisudas para inibir esses comentários, por
que se uma mulher sorrir demais sempre desconfiamos, mas mesmo essa
postura mais sisuda não deixa de gerar o comentário rotineiro; “fulana... é
sapatão, mal amada, ta precisando é de alguem que coma ela direito”.
Sinceramente eu não sei o que me levou a escrever isso, nem quero aqui
ser melhor que qualquer um dessas rodas, cometo meus deslizes, por vezes julgo
de forma equivocada, mas eu não posso deixar de parabenizar as mulheres que
entram na vida publica, pois eu sei que deve ser muito difícil enfrentar esses
preconceitos e comentários, e mais difícil ainda é fazer com que nos homens
compreendamos isso e respeitemos, acho que essas mulheres que entram na vida
publica devem ser aquelas mulheres sapiens que a Dilma saudou e que até agora
nos homos não sapiemos o porque.